Quando o Silêncio é Violência
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Quando o Silêncio é Violência


A violência se relaciona à uma Hiper-ação, um exagero da energia ativa, masculina:

Característica: Ação, Ir pra vida, para frente, se colocar, romper fronteiras, desbravar, experimentar, decidir, escolher, florescer, primavera...

Quando exagerada: Fanatismo, violência, agressividade, rupturas, invasão, egocentrismo, individualismo, usurpar.....


A negligência se relaciona com a perda de limite, fusão, um exagero da energia passiva, feminina:

Característica: Comunhão, envolver, acolher, nutrir, cuidar, aprofundar, voltar-se pra dentro, proteger, morrer, inverno....

Quando exagerada: Negligência, negação de si, perda de identidade, necessidade de apoio e referencial no outo, Fusão com o outro.


A Negligência é tão maléfica quanto a violência em uma relação, e estão em equilíbrio dinâmico nas relações. Quando um

parceiro ocupa o papel da violência, o outro tende a ocupar o papel da Negligência e vise e versa.


A Negligência se apresenta muitas vezes como um silêncio. Como no caso do parceiro que diante da violência, silencia, não se coloca, não se posiciona e perpetua a relação desequilibrada. O silêncio muitas vezes é uma concordância oculta com a violência que atinge os demais envolvidos na relação, como filhos principalmente. Não digo concordância no sentido de apoiar, mas de não ter estrutura, competência emocional, aprendizado para agir diante da violência.


Esse silêncio muitas vezes é usado para ferir o parceiro através do descaso, rebaixando, ignorando ou evitando contato, mesmo que de forma silenciosa e discreta. O silêncio neste caso não busca solução, mas alimenta a dinâmica de vítima e agressor, sem definir os limites na relação, aceita e concorda com as escolhas, decisões, ações, servindo e colocando o outro como prioridade, como maior.







Quem age com a violência também não reconhece limites, ao invés de recuar suas fronteiras de individuo como na negligência, avança as próprias fronteiras e invade as do outro, impondo seu ponto de vista, escolhas, pensamentos, segundo sua auto importância, ignorando o outro. A violência busca segurança psicológica com uma postura fanática,

autoritária, possesiva e invasiva, pois considerar o outro é uma ameaça. No fundo, também é um silêncio sobre si, sobre a identidade que não pode ser reconhecida, mostrada, compartilhada.


A comunicação é o partilhar, participar com algo, tornar comum, acontece quando se reconhece o outro como individuo. Na dinâmica em questão, a comunicação não acontece de forma plena, pois os limites estão flutuantes.


Comunhão é o efeito de comungar, de realizar ou desenvolver alguma coisa em conjunto.


Ação é resultado do fato de agir; tudo aquilo que se faz, manifestação de uma força agente, que coloca em movimento. Comunhão e ação são a forma como tudo se desenvolve no universo, pois a a ação permite o experimentar, a comunhão integra o aprendizado que vem do experimentar.


A comunicação real acontece quando de forma profunda reconheço o outro como é. A comunicação acontece no âmbito do real e não da imagem que construímos do outro e das situações. Quando não existe espaço entre um e outro (reconhecer o outro

como individuo e único) existe liberdade na relação, para ser o que se é, fazer o que se acredita sem ressalvas. Quando há projeção (imagem construída do outro, construída pela nossa historia pregressa e/ou origem familiar) tende-se à violência e negligência pois não se enxerga o outro como é realmente. Quando em projeção, nos relacionamos com a imagem do que gostaríamos que a pessoa fosse, como gostaríamos que fosse a relação, como gostaríamos de ser tratados, amados ou desejados, nunca com a realidade como é.


Portando, o ponto de partida para uma relação saudável está em conseguir olhar para a realidade e ama-la como é, ou deixar ir quando

não mais agrada o que se vê.


Pode ser difícil reconhecer ou lidar com o que escrevo acima, mas é o necessário para se mover para um lugar mais sadio nas relações.

Eu ajudo adultos a conquistarem um lugar maduro e saudável nas relações.




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